"Sim, a morte é um fenômeno biológico, nem bom, nem mal. Mas não podemos esquecer que é para a morte que a vida adquire sentido e que mesmo a sobrevivência serena ou agitada do morto não resulta na manutenção da incontrolável potência polissêmica de suas identidades, seus afetos e atos. Perscrutar a morte e o morrer a partir da mídia parece-nos possibilitar ressituar um conjunto de questões que estudos clássicos têm promovido. Por exemplo, em que medida o caráter público ou privado da morte poderia se resolver somente em função dos espaços familiares, hospitalares e de enterro, quando as narrativas e os discursos midiáticos atuam para visibilizar e invisibilizá-la? Além disso, o agir midiático, na sua diversidade e complexidade, traz à tona novos problemas que circulam em diversas textualidades socialmente difusas acerca de problemas como assassinatos, aspectos legais, éticos e morais do viver e do morrer, assim como do matar. [...]