Já tive, mais de uma vez, a oportunidade de lamentar publicamente e por escrito a escassez de produção acadêmica sobre a indústria de fundos de investimento no Brasil. Atribuo tal fato a uma série de fatores que não vale, aqui, novamente retomar. Nos últimos anos, porém, têm surgido algumas obras desbravadoras. O presente trabalho se soma a essas obras e, longe de reiterar apenas aquilo que nelas se expôs, traz alguns avanços aos debates sobre a matéria. [] A meu ver, o grande ponto, aqui, é o de se identificar o que se pretende, de fato, tutelar com cada solução e se, nos casos concretos, tais riscos realmente existem: a regulamentação se impõe, afinal, onde o mercado falha. Esse é um dos importantes exercícios propostos por Rodrigo neste seu trabalho. Quando, após explorar a tipologia dos fundos de investimento e de seus prestadores de serviços e passar por algumas discussões jurídicas mais clássicas, ele discute os principais riscos existentes e discute as estratégias para com eles lidar, estão dadas as bases que podem ser muito importantes para o tipo de debate que acima se refere. E é assim, sobretudo, que entendo que essa obra se enquadra naquele processo ainda muito novo de criação de uma doutrina cada vez mais capaz de lidar com os desafios trazidos por tão importante setor.