Com sua prosa envolvente, Fabrice Hadjadj constrói uma mística da carne que devolve ao ato sexual a sua concretude: o sexo é, antes de tudo, o órgão em que ele ocorre. Por isso, é plural: o que existem são sexos, o do homem e o da mulher. De Homero a Sade, na literatura; de Aristóteles a Heidegger, na filosofia; de Molière a Dario Fo, na dramaturgia; além, é claro, do Kâmasûtra: com diferentes linguagens e diferentes imagens, todos apontam para a necessidade de procurar os significados do humano em sua carnalidade. E esta ênfase em nenhum lugar se encontra tão aguçada quanto na teologia cristã.