O sujeito cuja abordagem quero especificar aqui me parece não se caracterizar nem por sua plenitude, nem por seu natural, mas, bem antes, se definir como uma função precária, saída da prematuridade do bebê humano e, como tal, depende das primeiras transações pulsionais com a mãe e das respostas (verbais, gestuais) desta. Essa "condição do sujeito" será reiterada, durante a vida, através de diversas experiências de interação subjetiva sob a forma de um certo colocar em paixão; isso pelo fato de seu surgimento entre jogo pulsional e jogo significante, com a parcialidade fundamental que ele adquire por essa mesma condição. Trabalhar como psicanalista para que um paciente instaure melhores relações funcionais entre os registros de sua psique não implica que se deva ceder às ilusões unificadoras, globalizadoras, simplificadoras, isoladoras; supõe que não se pare de considerar essa heterogeneidade que a metapsicologia freudiana precisamente se esforça por definir. Assim, a prova da alteridade é indispensável à afirmação de uma subjetividade - na direção do sexo, da língua, dos recursos que não se têm... Não é através da experiência da alteridade vivida que se adquire o máximo de chances de integrar as potencialidades subjetivas de soluções novas? A gênese de meu interesse (minha paixão) pelo que condiciona a subjetivação verdadeira, isto é, pulsional, provém sobretudo das margens de minha prática - notadamente a dos distúrbios graves da subjetivação na adolescência, que eu exponho aqui". B.P