Com Os florais perversos de Madame de Sade, os autores Ruth Barros, Marcos Gomes e Heloisa Campos se propuseram a criar um romance libertino nos moldes dos que eram escritos no século 18, tão ricos em pornografia quanto em filosofia, duas armas eficazes na crítica à sociedade. O livro é também um grande romance histórico, cuja ação vai dos anos anteriores à Revolução Francesa até os dias de glória de Napoleão, período narrado com propriedade por Joséphine, mulher que adquiriu sabedoria e riqueza vultosas, construídas sobre os sete pecados capitais. As descrições e conceitos de época são absolutamente fidedignos, pois os autores trabalharam durante mais de dois anos na pesquisa e construção do romance. Heloisa, infelizmente, morreu nos primeiros meses do trabalho. O famoso marquês que deu nome ao sadismo é apenas a referência mais óbvia neste lançamento da Rocco. O romance é repleto de incontáveis citações, homenagens e sátiras a livros, filmes e personalidades conhecidas de todos os tempos. Sua vasta bibliografia inclui obras de Santo Agostinho, Baudelaire, Simone de Beauvoir, Borges, Casanova, Deleuze, Foucault, Freud, Genet, Hobbes, Jung, Montaigne, Nietzsche, Octavio Paz, Platão, Rabelais, Rousseau, Sartre, Wilde e tantos outros. Até mesmo Hilda Hilst, Clarice Lispector, Monteiro Lobato, Dalton Trevisan e Machado de Assis estão na lista. Filmes tão díspares como Lolita (de Stanley Kubrick, 1962), Gritos e sussurros (Ingmar Bergman, 1972), Viridiana (Luis Buñuel, 1961) e O exorcista (William Friedkin, 1973) também estão entre as fontes de inspiração do romance.