A obra A semântica dos sufixos denominais visa a preencher uma lacuna verificada nas abordagens morfossemânticas, mesmo naquelas de caráter semântico-cêntrico. Nos estudos de morfologia, costuma-se descrever o significado de uma construção morfológica por meio de uma paráfrase que seja o mais abrangente possível, isto é, que abarque todas as formas derivadas de uma mesma construção. Paráfrases distintas, por sua vez, constituem forte indício de que, na verdade, estamos diante de construções diferentes. Assim, em se tratando das formações com sufixo -ário, por exemplo, para as paráfrases local em que se cria/cultiva X (insetário) e profissional que trabalha em X (bancário), diz-se que há dois grupos morfossemânticos: o dos locativos e o dos agentes profissionais. Entretanto não são raros exemplos que não se encaixam muito bem na(s) paráfrase(s) prevista(s) para uma determinada construção morfológica, ao mesmo tempo que não configuram um grupo à parte, e, por isso mesmo, geram [...]