Partindo das doutrinárias que apresentou no livro O Lugar de todos os Lugares, também publicado por esta Editora, Evaldo Coutinho expõe, em A Subordinação ao nosso Existir, a sua tese sobre a teologia do eu, quando salienta que todo o universo está a depender, existencialmente, da vida de cada ser humano. Este passa a ter, portanto, uma valorização metafísica inexcedível. A comprovação da tese se encontra na percepção do autor que vê em si mesmo o existenciador e o preservador do universo. Ele, o autor, assume o privilégio absoluto de posse de abrangência, do qual nenhuma coisa vem a subrair-se. Para ilustrar o seu pensamento, Evaldo Coutinho usa a imagem do espectador colocado na última cadeira, de onde testemunha, simultaneamente, o palco e os demais espectadores. A Subordinação ao nosso Existir, encerra, na estruturação literária, figuras e cenas que vivificam a especulação filosófica em torno do universo restrito à brevidade de uma vida, no caso a do próprio revelador da ordem fisionômica.