Trata das relações entre Estado e classes dominantes no Brasil sob a perspectiva da análise histórica de suas formas organizativas, em permanente interelação com a sociedade política no período compreendido entre 1930 e 1945. Para tanto, são estudadas duas entidades paradigmáticas da burguesia agroindustrial - a Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), sediada no Rio de Janeiro desde 1897 e a Sociedade Rural Brasileira (SRB), fundada em São Paulo em 1919 ambas imbricadas a agencia estatal, o Ministério da Agricultura. Dessa forma, o estudo contempla três problemáticas cruciais: 1) a investigação das modalidades organizacionais dessas frações de classe no âmbito da sociedade civil, 2) o estudo do Ministério da Agricultura como organismo do Estado restrito capaz de absorver interesses conflitantes oriundos de ambas as agremiações e traduzi-los em políticas agrícolas de foro nacional e, finalmente, 3) a análise dos mecanismos por cujo intermédio a interelação entre aparelhos de hegemonia da sociedade civil e sociedade política contribuiu para ampliar as alianças e acomodações políticas entre entidades patronais distintas, cujos quadros dirigentes pouco a pouco se interpenetraram, consolidando tanto o poder da fração agroindustrial da classe dominante brasileira, quanto a subordinação da agricultura à indústria no país.