Lançado em 2003, numa pequena edição rapidamente esgotada, As mãos chega agora à sua terceira edição. Uma guerra, uma cidade e uma história de amor surgem das páginas deste romance de Manoel Ricardo de Lima, num pequeno e saboroso livro que transita entre as fronteiras imprecisas da narrativa e do poema. Objeto de várias intervenções de artistas de 2003 para cá, a obra foi redesenhando a sua sintaxe com outras vozes - e mantendo, como um móbile, o seu caráter de experiência móvel. Nesta nova edição há trechos suprimidos e reescritos que se aproximam dos contos de Jogo de varetas, lançado em simultâneo. A arte das capas, assinada pela artista portuguesa Rachel Caiano, reforça o diálogo entre as obras, embaralhando esses livros tão distantes no tempo. "É outro livro" - explica o autor - mas "continua a ser, para mim, uma guerra e um corte abrupto. Para Euré, no céu".