Num país dividido pelas armas, ele preferiu usar sua habilidade para falar árabe, inglês e zaghawa para denunciar ao mundo, ainda que arriscando sua vida, o genocídio no Sudão. Com a mesma fé e coragem com que guiou jornalistas europeus e norte-americanos que cobriam a guerra iniciada em 2003, Daoud Ibarahaem Hari relata, em O tradutor - Memórias de um homem que desafiou a guerra, a crueldade com que o governo sudanês perseguiu e procurou aniquilar seus próprios povoados, a fim de abrir espaço para a exploração de petróleo. Da tragédia que se abateu sobre o Sudão, Hari, hoje exilado nos EUA, transmite aos leitores uma mensagem de esperança, com os exemplos de solidariedade e dignidade que encontrou em sua terra natal dividida pelas armas.