Falar sobre política criminal, segurança pública e o impacto da questão das drogas no desenho e nas práticas de controle estatal ainda predominantemente penal passa a ter um peso maior, a exigir de quem opina o compromisso e a responsabilidade de apontar as consequências sociais deletérias que o alargamento da aposta na criminalização fatalmente enseja. O tema das políticas de drogas está a exigir um renovado esforço de investigação, de troca de experiências e de constante e ampliado diálogo a fim de possibilitar a superação de modelos e práticas arcaicas, cujos resultados, além de ineficazes, têm provocado mais violência, com altos custos sociais e humanos. Infelizmente, a decisão política da maioria dos países, pressionados por tratados internacionais e interesses econômicos, tem sido pela perspectiva proibicionista.