Para uma ontologia do ser social é a obra derradeira escrita na maturidade de Georg Lukács, o proeminente filósofo marxista húngaro que se tornou um dos pensadores mais influentes e originais do século XX. Nela, o autor, preconizando o retorno a uma leitura de Marx por Marx, aprofunda a tese marxiana do trabalho como intercâmbio homem-natureza enquanto categoria central da sociabilidade, edificante do que o próprio Marx havia chamado de "mundo dos homens". Para compreender a Ontologia de Lukács é uma obra introdutória, para leitores não-especializados, às principais categorias da ontologia lukacsiana. Inicia pela discussão das três esferas ontológicas (a inorgânica, a orgânica e a social), prossegue com a exposição das categorias do trabalho, reprodução, ideologia e alienação e conclui com um capítulo que aborda a relação entre o trabalho enquanto categoria fundante do ser social e as classes sociais no capitalismo contemporâneo. Com o mérito de ser escrita de forma clara e articulada, não apenas inicia o leitor nas categorias ontológicas nucleares de Lukács, mas também agrega textos sobre as principais questões teóricas e críticas que lhe foram dirigidas no debate contemporâneo. Dentre elas, a candente problemática da historicidade e da essência, que o livro retoma competentemente de modo a dar voz à argumentação de Lukács contra o modo comum instituído de se compreender a questão.