A cidade cresceu demais, e nada indica que o processo de adensamento urbano vá inverter o seu sinal. A paisagem de São Paulo é fantástica, seus caminhos são fragmentados e as dimensões colossais de suas estruturas concretas impõem aos moradores uma rotina de deslocamento incessantes. Corpo a corpo com o concreto é um romance de ficção constituído de duas histórias que se relacionam. A primeira delas é a de um morador de rua anônimo; ele vive em condições elementares de sobrevivência e vaga pela cidade imerso em pensamentos fraturados de alto teor existencial e afetivo. A outra é a de Romário Ribeiro: jornalista de vinte e cinco anos, conhecido por Roma, que passa por período de instabilidade profissional, familiar e amorosa. Narradas em primeira pessoa pelos dois protagonistas, as duas histórias vão se compondo alternadamente e resultam uma peça ficcional sobre um espaço urbano fragmentado, sobre o trabalho e o primeiro amor em uma metrópole brasileira, sobre as possibilidades de atuação na São Paulo do começo do século XXI.