A vida em geral e a vida familiar em particular estão pontuadas por encontros e desencontros. Estes às vezes adquirem uma intensidade que, mesmo que de vez em quando se torne rotineira, assume outras vezes o caráter de microeventos de mudança. Nesses casos, apresentam-se dilemas e mesmo crises ético-morais, pois as normas estabelecidas, sejam éticas implícitas, sejam morais explícitas, não são facilmente aplicáveis. Qual é o recurso ético disponível nesses momentos de mudança quando seus roteiros não são adequados para seu propósito? O sentido do justo é, nessas circunstâncias, o que está disponível para dinamizar as normas com que tentamos guiar nossas vidas. O sentido do justo, segundo volume da trilogia O espectro e o signo continua a articulação das consequências de um enfoque crítico e poético da psicoterapia e nos apresenta a estética, a ética e a política da mesma, centrada na dimensão do sentido e na materialidade sensual e singular da existência. (...)