Linha de Produção e Linha de Descartes são duas faces da mesma moeda, separadas por menos de três anos. Duas distopias do mundo do trabalho, onde se misturam desregulamentação trabalhista, decadência do sindicato, relações familiares e preconceitos. Linha de Produção é de 2015, inspirada no estágio em dramaturgismo feito pelo autor no Teatro da Vertigem, na peça O Filho, e ficou em 4º lugar (1º suplente) no III Edital de Dramaturgias em Pequenos Formatos, do CCSP, em 2016; Linha de Descartes, escrita em 2018, é, de alguma forma, a mesma peça reescrita após o golpe de 2016, as reformas trabalhistas e a ameaça de ascensão fascista ao poder cujo ethos já está entranhado de forma suficientemente forte nas relações sociais, nas quais a brutalidade surge cada vez mais ostensiva.