Nesses anos todos trabalhando com filosofia, herdei dois ressentimentos em relação àqueles que, como eu, admiram o nobre ofício que imortalizou Sócrates. Primeiro: eles (os filósofos) se queixam do desinteresse das pessoas pelo tema filosofia, mas ao produzirem seus textos utilizam por vezes uma linguagem complexa, um tanto obscura e quase incompreensível para as pessoas “normais”. Segundo: a maioria não produz a sua própria filosofia, limitando-se a comentar – quando não, parodiar – o pensamento dos grandes filósofos do passado. Talvez tenha sido tal constatação o motor que me levou a escrever o pequeno livro que você tem em mãos agora e que, talvez, leia.