Jornalismo e sociologia unem-se na investigação de dez personagens, cinco negros e cinco brancos. Enquanto os primeiros são empoderados socialmente (um ministro, um padre, uma modelo, uma professora americana, uma chefe de uma irmandade do Candomblé), os segundos enfrentam situações de pobreza (um ex-presidiário, uma quilombola, uma família que vive em um alagado, uma ex-prostituta, duas irmãs que vivem à beira de um esgoto). Apesar de suas situações privilegiadas, os primeiros enfrentam um preconceito racial nem sempre perceptível ao outro, enquanto os brancos contam apenas com um capital social - a cor da pele. Além de problematizar o racismo brasileiro, o livro se propõe a trazer uma análise da figura de Nabuco, sua apropriação da mídia para fazer política, sua relação com negros como André Rebouças e José do Patrocínio, sua enorme capacidade de cortejar as mulheres ao seu redor. 'Nabuco em Pretos e Brancos' procura desconstruir falácias presentes no cotidiano brasileiro, como o mito da democracia racial, além de enxergar Nabuco não como um santo ou uma figura pública de práticas racistas, mas como um homem que enfrentava problemas de seu tempo.