Um dos desafios que os historiadores do Brasil Colonial vêm enfrentando consiste na constatação do abismo existente entre leis e práticas, pista importante para o estudo do processo peculiar de formação da nossa sociedade. Este livro diz respeito ao estudo do relacionamento entre formas importadas da Metrópole e a transformação delas no processo propriamente dito do povoamento e da vida na Colônia. A historiadora se lançou à empreitada de decifrar nas lacunas das leis as mediações sociais do povoamento, apreendendo nos documentos institucionais a vida cotidiana no Distrito Diamantino no período que vai de 1772 a 1808. Através das entrelinhas da correspondência das autoridades administrativas, focalizou os meandros da política de controle social de escravos e forros, que compunham a maioria esmagadora da população do Distrito Diamantino.