Este livro é resultado de um seminário organizado em Belo Horizonte, em 2002, sobre as reformas educacionais na América Latina e suas repercussões sobre os trabalhadores, mas também conseqüência de um movimento maior que foi tomando corpo em torno desse tema nos últimos anos. Um movimento que fez surgir em fins de 1999 – e durante a primeira reunião do GT Educação, Trabalho e Exclusão Social, do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais – CLACSO, realizada na cidade do Rio de Janeiro – a Rede Latino-Americana de Estudos Sobre Trabalho Docente – Rede ESTRADO. Esta Rede surgiu em 1999 e o objetivo da sua criação era possibilitar o intercâmbio entre pesquisadores que desenvolvem estudos sobre o trabalho docente em toda a América Latina. A iniciativa de organizar essa Rede veio justamente da constatação de que há grande dispersão das pesquisas e outras produções acadêmicas sobre o tema, e ainda escassa comunicação entre os investigadores. Desde então, a Rede veio se estruturando em países como Argentina, México e Brasil e de forma incipiente na Venezuela, Chile e Cuba. Como destaca Pablo Gentili, Reformas educacionais na América Latina e os trabalhadores docentes realiza uma significativa contribuição para o debate sobre o rumo dos atuais processos de reestruturação educacional, extrapolando as fronteiras da escola e promovendo uma discussão ampla e instigante acerca dos novos desafios que se abrem na construção de sociedades que, superando a herança neoliberal, construam de forma efetiva suas promessas de justiça e igualdade.