Os surdos constituem um grupo com cultura particular? O reconhecimento científico e jurídico da língua brasileira de sinais (libras) é argumento suficiente para a construção da cultura surda? As igrejas cristãs teriam algum papel na história da constituição da libras no Brasil? Com estas questões em mente, César Augusto Assis Silva insere o leitor num universo pouco conhecido: a comunidade de falantes de libras. Por meio de vasta pesquisa de campo em diferentes instituições religiosas, análise da trajetória de determinados agentes, documentos e entrevistas, o autor explora as relações entre atividades missionárias cristãs, a consolidação de um movimento social surdo, a constituição de um mercado vinculadoà libras e a construção de um campo acadêmico que conferelegitimidade a essa língua. O resultado é uma narrativa clara,consistente, inédita e original, que vai interessar não só a pesquisadores de diversas áreas - cientistas sociais, linguistas, psicólogos e pedagogos - mas também a leigos.