Este livro investiga as formas de organização do poder local durante os 24 anos em que os holandeses dominaram as capitanias do Norte do Estado do Brasil (1630- 1654). Fernanda Trindade Luciani mostra nesta pesquisa inédita como, ao longo de tal período, não se verifica uma continuidade na administração local, mas ao contrário, existiu uma profunda ruptura administrativa. A investigação teve em vista a compreensão da estrutura e da dinâmica política das Câmaras Municipais da legislação portuguesa, mantidas até 1637, assim como das Câmaras de Escabinos (Kamers van Schepenen), criadas desde então conforme as instruções da República das Províncias Unidas.Mas o objetivo do livro vai além ao abordar como tal transformação no poder local foi sentida pela elite açucareira e pelos moradores das capitanias conquistadas, relacionando esse contexto ao da reação luso-brasileira contra os invasores, a partir de 1645. A historiadora destaca, assim, o papel que as Câmaras Municipais exerceram nesse período de guerra de Restauração (1645-1654).