É difícil traduzir para as palavras todo o peso do mundo. Não cabe nas dimensões dos números escritos a falta e a ausência que preenchem tudo. Nos sonhos encontram-se todas as impossibilidades da humanidade, e são deles que brotam aquelas realidades que escapam e nos atormentam o estado de vigília. As Miríades vêm do mundo dos sonhos. Os sonhos vêm do mundo das Miríades. Elas nos contam os segredos ancestrais que moldaram o mundo, nos tempos em que o mundo era virgem e nenhum humano ainda havia pisado na Terra, e assim acordamos apavorados com as verdades primitivas que jamais farão parte de nós novamente. A construção humana deixou de lado o animalesco que havia em nós. E o narrador sem nome, em um embate interno, adentra nos labirintos oníricos das dimensões de dentro, vendo suas marcas no tempo, no avançar dos anos e nas cicatrizes que ficaram em sua pele, percorrendo os dias melancólicos e entediantes de vidas vazias. Sob a tutela surreal de entidades muito além da compreensão(...)