Desde a entrada do cemitério, pessoas se acumulavam. Umas, fáceis de identificar, permaneceriam ali. Tinham missão definida: vender flores, balas, sanduíches, churrasquinhos, refrigerantes e assemelhados. As outras, que se preparavam para ingressar, eram as que mais me intrigavam. Eu conhecia a comemoração dos mexicanos no Día de los Muertos, ou, mais próxima à nossa realidade, da cerimônia, no Alto Xingu, pelos Kuarup, em que se celebram também os mortos, com alegria, mantendo a tradição indígena, segundo a qual os que partiram não gostam de ver tristes os que ficaram vivos. "Meu coração, que já havia percorrido mais de quarenta anos de aventuras e conquistas batia forte por que motivo, posto que ninguém vai a cemitério por falta de programa? Ouvira também falar de artistas plásticos que se organizavam para fazer um tour pelos jazigos perpétuos, buscando inspiração para suas obras de arte. Decerto, funestas.