Wilson Flores, em análises minuciosas mas com interpretação abrangente, procura demonstrar neste livro que os contos de Mário de Andrade, nos anos 1920, são contraditórios, interessantes e representativos ao elaborar esteticamente a vida desgraçada dos pobres em uma São Paulo medonha e progressista. Progresso que o célebre modernista traz atravessado na garganta, um progresso enviesado que Wilson captura no narrador que é Belazarte, mas que também é um escritor que registra a fala de Belazarte, para mencionar uma das ambivalências dos contos que aqui estão avaliadas em prosa límpida de ensaísta cheio de recursos.