Desde muito antes da fatídica narrativa de Stevenson, o conto da dualidade de personalidades disputando um mesmo corpo vem fascinando a humanidade. Como seria o desenrolar dos eventos quando duas mentes de diferentes índoles assumem alternadamente o comando de um mesmo corpo? Seja em seu aspecto mais sombrio, seja em seu tom esverdeado mais pop, o dilema de O Médico e o Monstro nos desafia a imaginar como seria se nossa própria consciência nos tornasse meros espectadores de uma história de vida (ou morte) que se desenrola ao alcance de nossa percepção, mas sem nossa interferência? É fácil concluir que duas consciências distintas e antagônicas não podem conviver pacificamente num mesmo corpo. Esta é a história da disputa entre o homem e a fera e, no final, só pode haver um.