A leitura sistemática da produção que se pode acolher na rubrica ficção histórica demonstra que a recorrência do discurso de memórias como recurso ficcional intensificou-se nos últimos anos. É especialmente nessa modalidade romanesca que se detiveram os integrantes do Grupo de Pesquisas Estudos sobre Ficção Histórica no Brasil (CNPq). Ensaios resultantes desse esforço estão reunidos no volume publicado pela Editora da UEPG com o título Ficções contemporâneas: história e memória, organizado por Marilene Weinhardt (UFPR). Colaboram na coletânea Gisele Thiel Della Cruz (UNINTER), Eduarda Regina Drabczynski da Matta (UFPR), Maurício Cesar Menon (UTFPR-Campo Mourão), Eunice de Morais (UEPG), Naira de Almeida Nascimento (UTFPR-Curitiba), Emerson Pereti (UNILA), Edna da Silva Polese (UTFPR-Curitiba) e Benedita de Cássia Lima Sant’Anna (UFPR). O conjunto busca delinear um mapa dos modos como se configura, nas últimas décadas, a ficcionalização do passado histórico. Seus contornos são flexíveis, por vezes esfumaçados. Assim como os ficcionistas que elegem o interstício entre a ficção e a história como campo privilegiado não se mostram preocupados em marcar as fronteiras entre as áreas, também os estudiosos que se dedicam à modalidade romanesca daí resultante buscam tirar partido da pluralidade dos métodos históricos e da abrangência da ficção contemporânea.