Todas as áreas do saber, do senso comum ao conhecimento mais formal, são influenciadas por estruturas de crenças e modelos de realidade implícitos, denominados de paradigmas. Esses paradigmas, ao condicionarem o comportamento em geral e a prática científica e acadêmica, exercem também a sua influência sobre a Educação e, consequentemente, nas práticas pedagógicas e no processo de formação de professores, impactando no modo como entendemos o mundo. Contudo hoje em dia está claro que os pilares paradigmáticos que deram sustentação à cultura ocidental em geral, por mais de trezentos e cinquenta anos, estão apresentando sinais de esgotamento. Por isso a sua influência sobre a sociedade e no modo como pensamos a realidade também merecem uma reavaliação crítica. O livro Paulo freire e edgar morin sobre saberes, paradigmas e educação: um diálogo epistemológico repensa as fragilidades do paradigma cartesiano, base da chamada razão instrumental e do modelo de relações de trabalho do capitalismo moderno, bem como apresenta as linhas de pensamento, tanto clássicas quanto emergentes, que propõem a sua superação. E dentro desse quadro de propostas críticas de superação à razão instrumental mecanicista, expomos, como exemplos coerentes e de efetiva práxis, as ideias de Paulo Freire e Edgar Morin, ambas desafiadoras da visão reducionista ainda persistente nestes dias conturbados em nosso país e em toda a civilização dita industrial.