Ferréz escreve com conhecimento de causa. Como seus personagens, o autor transita por várias periferias, e seu escritório é nas ruas e bares,e com pequenos rascunhos nos bolsos que termina seus livro entre vielas e barracos. Em 2018 foi apelidado de “datilógrafo do gueto” por estar sempre armado de contundência e urgência nas suas palavras.Com autoridade de quem há 20 anos usa a caneta para denunciar, abrir mentes e cavar trincheiras,o autor alerta: Ninguém é Inocente em São Paulo. Ignore-o por sua conta e risco. Quando a polícia chega atirando, ele não se abala, regista.“Datilógrafo do gueto”,apelido dado ao escritor Ferréz, é filho de um motorista e de uma empregada doméstica, considerado um dos expoentes da chamada literatura marginal que rompeu barreiras, sendo hoje estudada em vários países. Seus textos falam de questões que atingem todos nós diante de atos de covardia e coragem. Ninguém é Inocente em São Paulo é literatura de alto risco, carregada de realidade, crua, urgente.