As mãos daquele velho senhor tremiamE o meu coração tambémTremiam na mesma intensidadeE me mostrava o que a mão dele tambémEvidenciavaA vida é longaE curta ao mesmo tempoEu fiquei pensandoA cada tremida frenética da mãoEra uma lembrança que despontava no meu coraçãoAprendi naquela tardeCom aquelas mãosO poder da gratidãoAgradeci a todos os momentos que viviAgradeci por estar aliVendo aquele velho e suas mãos tão sábiasA vida é longaE curta ao mesmo tempoEle me explicava isso no silêncio e no sacudirDa mãoQue me guiou por caminhosDe saudade, de amor, de tristeza, de aprendizagem.Aprendi naquela tardeCom aquelas mãosO poder de se reconhecer pequenoAprendiz das circunstâncias da vidaDe protagonista de uma históriaAo final, terminado o café, me levantoA filha do velho o levantaEle a acariciaE as mãos me ensinamQue o amor verdadeiro é aquele mesmo dasMãos frenéticasEle é alvoroçado, agitado, entusiasmado.E mais ainda, ele é um sinal de vida!