Um estudo monumental, por um dos maiores intelectuais do século XX "O homem nunca é um indivíduo; seria melhor chamá-lo de universal singular", diz Sartre no prefácio desta obra. Porque o homem é um ser situado, universalizado por sua época, mas que nela se reproduz como individualidade. É preciso estudá-lo por essas duas facetas, pois é sempre redutora a opção por um ponto de vista único: a simples universalização faria dele nada mais que a soma de generalidades abstratas, enquanto a singularização restringiria sua vida a uma sequência de episódios particulares. É preciso ir de um ponto de vista ao outro, incessantemente. É preciso saber tudo o que é possível saber. Trata-se de um procedimento dialético que Sartre emprega com maestria em O idiota da família, oferecido agora ao público brasileiro pela L&PM Editores, que mais uma vez preenche uma grande lacuna. Seduzido pela obra de Flaubert (que ele considerava o seu oposto), Sartre faz dele o alvo