Insurgências poéticas: arte ativista e ação coletiva aborda as relações entre movimentos sociais e um conjunto recente de ações artísticas que eclodiram nos Estados Unidos, França, Espanha, Canadá, Argentina e Brasil entre 1990 e 2000. Nestas duas últimas décadas, novas formas de cooperação e de participação social cruzaram as fronteiras do mundo. O advento de uma arquitetura virtual pelas redes de comunicação via internet e o acesso às novas tecnologias permitiram que diferentes grupos se organizassem em uma resistência global contra as grandes corporações e o neoliberalismo econômico. Aproximações que permitem pensar em práticas nas quais a política não aparece simplesmente isolada ou acrescida à arte como mero acessório temático ou estético, mas um componente intrínseco de sua existência. Duas características importantes dessas práticas são analisadas detalhadamente por André Mesquita. A primeira refere-se às relações entre arte e ativismo. Entende-se por ativismo uma atividade ou manifestação que visa mudanças sociais e/ou políticas. Basicamente, essas relações se dão a partir da segunda característica aqui investigada: o emprego de ações coletivas. Este trabalho reflete sobre os conceitos e objetivos de uma arte coletiva e engajada socialmente, considerando seus modos de experimentação estética e expressão política.