“Um dos autores se vê sendo levado até a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, sem que tenha tido tempo de pensar. Toda a sua linguagem exala um apaixonado foucaultianismo, a veraz narração de sua experiência (realmente forte como texto) vem eivada de palavras-chave do pós-estruturalismo francês: o “corpo” nietzscheano retomado por Deleuze e pela “política do corpo”, que ecoa nos livros de Toni Negri. A impressão que dá é de que o autor carioca deslumbra-se por estar vivenciando tudo aquilo que ele amava na literatura desses filósofos. Mas não que isso destrua a força da reavaliação dos atos ditos vândalos, praticados por aqueles encapuzados que vimos na TV, que seu texto sugere. Não. A gente percebe que a violência da destruição direta das ferramentas concretas do poder instituído tem papel propriamente político importante – e não apenas o de ser pretexto arranjado para justificar golpes.” (Caetano Veloso, no Jornal O Globo, 22/6/2013)