Ler Camila Rodrigues em sua primeira obra publicada é um salto em câmera lenta que nos permite entender o mundo que ela enxerga: cálculos da vida que se deixa para trás e ainda os daquela que se revelará resistente. É poesia sobrevivente. Mergulho no Anticéu é pulo no rio, e no mar, e de um prédio apinhado de vidas alheias. Ler Camila neste livro é aceitar cair com força e aguentar o mergulho fundo – ou o chão que parte tudo. Precisa suportar também suas verdades, não só as que falam da opressão dos tempos de hoje, não só as que colocam a mulher como herdeira eterna de tanta violência, mas das escolhas individuais que seguem coletivas.