O livro de poemas A Loba Devassa, da premiada escritora Anna Creatsoula, tem uma poética lúdica, castiçamente obscena. Devassa sim, mas ao mesmo tempo pura, angelical. Anna diviniza os homens, dá-lhes pronome extra como os cristãos costumam dar usando aquela partícula adicional de mera deferência ao falarem de Deus. A Loba de Anna não ama o Homem, ama ao Homem, ama aos Homens. Uma ode aos machos.Anna é poesia do começo ao sem-fim, é o eterno retorno, é a exuberância do amor acima de todos os medos, é o amor que prevalece abaixo de todos os cobertores.Este é um livro de poemas bom de ler, bom de imaginar. Tem a cara da Humanidade. Não existe pecado do lado de baixo da Estratosfera. Nasceu canônico, ortodoxo, católico, ritmos de candomblé. A Loba Devassa tem um lugar certo na prateleira das poéticas delicadamente definitivas.