As experiências que envolvem o fazer teatral desenvolvido nas escolas, em especial as da rede pública, têm sido tema fundamental para a discussão de metodologias e estratégias que possibilitem uma aprendizagem teatral significativa nesses espaços. Voltado para a prática do professor de teatro, o livro Fome de quê? Processos de criação teatral na rede pública de ensino de Salvador, de Celida Salume Mendonça, problematiza as condições de um percurso de criação teatral no interior de duas escolas públicas da cidade de Salvador. Neste contexto, a fome e a invisibilidade foram reconhecidas como elementos que saltam aos olhos, dando título à obra. A fome identificada nesses espaços se refere à fome de imagens, de afetividade, de socialização, de visibilidade, de aulas planejadas, de descoberta, de prazer, de valorização, de materialidade e de tecnologia. E, sobretudo, fome de arte, fome de teatro. As vozes revelam ao final que a presença do teatro na escola contribui para amenizar essa fome e rasgar o caos instalado nesses espaços, despertando novos apetites.