“Admito que na América vi mais que a América; procurei nela uma imagem da democracia em si, de suas tendências, de seu caráter, de seus preconceitos, de suas paixões; quis conhecê-la, nem que fosse apenas para saber o que devemos esperar ou temer dela. Tentei mostrar a direção que a democracia, entregue na América às suas inclinações e abandonada quase que sem restrições aos seus instintos, dava naturalmente às leis, a direção que ela imprimia ao governo e, em geral, o poder que ela obtinha sobre os negócios. Meu objetivo era pintar, numa segunda parte, a influência que exercem na América a igualdade de condições e o governo da democracia sobre a sociedade civil, os hábitos, as idéias e os costumes. Este livro não se propõe a seguir precisamente ninguém; ao escrevê-lo não pretendi servir nem combater nenhum partido. Procurei ver, não de outra forma, porém mais longe que os partidos; enquanto estes se ocupam do amanhã, procurei compreender o amanhã”.