A tragédia tem sempre duas caras. Uma, sinistra, para chorar, a outra, cómica, para rir até às lágrimas, pois "rir e chorar são filhos gémeos do pai Coração e da mãe Boca". A última tragédia não escapa a esta ambivalência. Tem também as suas caras tão opostas e tão próximas: a do colonizador convicto dos seus poderes e a do colonizado à procura dos seus direitos. Quando giram à volta da figura central, Ndani, que é suposto hospedar um azar, encarnam a estatura do Administrador imbuído da sua missão e armado do chicote "civilizador"; a grandeza do Régulo agarrado ao seu orgulho e provido de uma malícia desarmante; o ímpeto do Professor em ruptura com as ilusões da sua adolescência e rearmado pela força de um amor juvenil. Para além das relações complexas que se tecem entre estes personagens, afirma-se uma outra figura, o estilo do romance, que faz ver as cores locais, sentir os cheiros da terra, até ouvir um sotaque tipicamente guineense graças a um judicioso e inovador apelo ao criol. Em "A Última Tragédia", o autor situa a saga da jovem Ndani, suposta hospedeira de azar, como no período anterior à independência da Guiné, retratando habilmente o cotidiano da capital e do interior de seu país; além de captar com grande sensibilidade, os conflitos entre a mentalidade de colonizador e colonizado. Sua trajetória representa os destinos possíveis para o povo guineense à época de seu processo de independência. Em A última tragédia, o autor situa a saga da jovem Ndani, suposta hospedeira de azar, como no período anterior à independência da Guiné, retratando habilmente o cotidiano da capital e do interior de seu país