Assim é que o livro de Luis Alberto Warat, um eterno caçador de mitos, apresenta um mosaico de fragmentos, pelo qual a re-novação se faz ver, nele e em nós. Ele influenciou toda uma geração de gente aturdida à procura de um Mestre. Este lugar, de Oráculo, todavia, nunca foi por ele ocupado, embora muitos assim o quisessem. Ao não aceitar guiar, apontar o caminho, foi criticado, negado histericamente, ainda que mais tarde (quase) todos tenham se rendido à postura manifestamente ética de Luis Alberto Warat: apostar na capacidade de enunciação do sujeito! Teria sido mais fácil, especialmente para os que cultivam um narcisismo pedante, própria da Academia, ter fundado uma Seita jurídica qualquer, na sua modalidade mais contemporânea, a saber, uma seita jurídica da salvação. Mas não. Sabia Warat que não há Salvação concedida, completude prometida, pois isto é empulhação imaginária. E o lugar dos Salvadores sempre é o do canalha! Restou, sempre, a aposta. A aposta no sujeito, na sua autenticidade, carnavalizando as certezas.