A primeira carta de Pedro tem o seu jeito próprio de falar da realidade do povo. Ela se preocupa com realidades cotidianas, como o incentivo na hora do sofrimento, a exortação à prática do amor e o cuidado para que as comunidades permaneçam unidas na hora da perseguição. Poderíamos ilustrar assim: a primeira carta de Pedro é o livro das pequenas causas, da luta por uma escola, saneamento básico; enfim, da luta por cidadania, cidadania que começa a ser exercida dentro da cidade. A segunda carta de Pedro apresenta um desafio especial na interpretação bíblica. Ela mostra que os textos bíblicos estão inseridos num contexto muito humano de disputa. Trata-se de disputa por espaço e representatividade entre as comunidades cristãs do primeiro século, um fenômeno que mostra certa semelhança com o que encontramos entre as igrejas na atualidade.