O autor questiona as lutas que não extrapolam os limites dos direitos sociais, que, além de deixarem intocadas as relações de produção tradicionais, são de fácil recuperação pelo capital. Seguindo a idéia de Ellen Wood de que uma verdadeira democracia é impossível nas estruturas do capitalismo, Charles Luciano articula democracia e capitalismo como mediação da análise das práticas sociais educativas do MST. Outro aspecto a destacar é a apreensão, pelo autor, das práticas educativas enquanto práticas sociais sistematizadas e não sistematizadas ocorrendo no acampamento e na 'Escola Itinerante'. É muito fácil, e equivocado, apreender a problemática da formação apenas com base nos aspectos formais, como os currículos escritos e as políticas e falas pronunciadas. O texto revela a busca do entendimento da educação no cotidiano das lutas do MST, nas reuniões periódicas nos acampamentos, nos encontros formais dos congressos, nas marchas, ocupações e assembléias.