Nas narrativas breves de Os anões, seu terceiro livro, a escritora Veronica Stigger coloca em funcionamento um mundo de violência e anestesia, onde tudo se transforma em imagem. O volume traz histórias como a do casal de anões que é linchado por furar uma fila; a de atores que despencam de um teleférico protagonizando um espetáculo absurdo; ou a de um rapaz que é processado por exibir um poema como tatuagem. Menos que contos em miniatura, estas são ficções embrionárias ou potenciais que, por sua própria incompletude, ficam ressoando na memória do leitor. O projeto gráfico do livro, em formato pequeno e papel cartonado (normalmente utilizado em livros infantis), dialoga com a estranheza do universo da autora. Na quarta capa, o escritor mexicano Mario Bellatin afirma: "os fragmentos, as histórias diminutas deste volume apresentam-se como um telescópio que não serve senão para observarmos a nós mesmos". Os anões é o segundo título de Veronica Stigger pela Cosac Naify, que já publicou Gran cabaret demenzial, em 2007.