"Um clamor surdo brota de milhões de homens, pedindo a seus pastores uma libertação que não lhes chega de nenhuma parte." É o que identificavam os bispos latino-americanos em Medellín, em 1968, e em Puebla, em 1979. No documento de Puebla, lê-se ainda: "Agora [este clamor] é claro, crescente, impetuoso e, nalguns casos, ameaçador". Por isso, Frei Nilo Agostini identifica neste momento da nossa história latino-americana e caribenha a urgência de um grito ético-profético em favor da vida, em favor dos povos que habitam este chão marcado tanto pela cruz como pela espada. O objetivo deste livro é fazer a memória do desafio ético-profético que perpassa a caminhada da Igreja latino-americana e caribenha, sobretudo presente nos grandes documentos das Conferências Episcopais. O autor procura ainda captar o desafio ético e identificar as interpelações proféticas de uma Igreja que busca ser fiel ao compromisso evangélico que "deve ser como o de Cristo", buscando "ter os olhos em Cristo, quando se pergunta qual há de ser a sua ação evangelizadora".