'Escrever poemas é uma atividade muito livre. Em um pequeno número de casos ela redunda em uma publicação. Entretanto, enquanto é mantida em regime de circulação particular a poesia opera como uma autoterapia verbal, externando-nos para nossa própria contemplação e análise. O rascunho manuscrito em qualquer superfície é o poema lido-escrito-reescrito simultaneamente por seu único e coincidente autor e leitor. Fazer um livro com esse material inóspito, descontínuo e contingente que é a experiência sensível que produz a expressão lírica já é outra coisa.