O objetivo de À Margem do(s) Cânone(s) II: Pensamento Social e Interpretações do Brasil foi reunir artigos cuja principal motivação é revisitar ideias e autoras/es que ficaram ora à margem do discurso corrente de seu tempo, ora à margem de agendas de pesquisas da sociologia, da historiografia e das ciências sociais. Pretende-se trilhar caminhos metodológicos e lançar novas perguntas a personagens, ideias, práticas e processos que circunscreveram ou bloquearam certas construções discursivas em períodos históricos distintos. A inspiração deste segundo volume de À Margem do(s) Cânone(s) é o método proposto por Florestan Fernandes em A Sociologia numa Era de Revolução Social, qual seja, enfatizar a natureza "original e criadora" que a contribuição de uma sociologia praticada numa sociedade "periférica" pode oferecer para o "enriquecimento de ramos da teoria sociológica que não poderiam ser cultivados com a mesma facilidade por seus colegas dos 'países desenvolvidos' do mesmo círculo civilizatório". A marginalidade adquire, portanto, um caráter heurístico para o desvelamento de processos sociais que aqui assumem a forma de elaborações intelectuais.