Trancado num quarto-forte da Colônia Juliano Moreira, hospício carioca, Arthur Bispo do Rosário criou, ao longo de cinqüenta anos, um mundo novo. Miniaturas, mantos, estandartes brotaram de suas mãos, ganharam cor, deram um sentido à sucata recolhida, aqui e ali, pelos internos e funcionários do asilo psiquiátrico. Arte? Nada disso. Para Bispo, criar significava a própria salvação. Suas obras seriam apresentadas ao Todo-Poderoso no dia do Juízo Final. Em 1989, ele morreu e deu passagem a um artista plástico consagrado. Em 1995, seus bordados, assemblages e estandartes representaram o Brasil na Bienal de Veneza e foram requisitados para mostras em Paris e Nova York. Neste livro, a primeira biografia de Arthur Bispo do Rosário, Luciana Hidalgo, a autora, se equilibra entre o delírio e a realidade para desvendar uma das personalidades mais impressionantes do país.