Educação do Campo é educação popular emancipadora. Levada a seu ponto extremo e sumamente desafiador, eu conclamo o outro a ser aquele que, ao dialogar comigo de igual-para-igual, ensine a mim o seu saber, e me transforme em um alguém capaz de ensinar a ele o nosso saber, transformado ou enriquecido pelo próprio saber dele mesmo. Eis uma dimensão ao mesmo tempo dialógica e dialética da educação. Podemos pensar que esse seria um sentido extremamente renovador de tudo o que imaginamos, criamos e praticamos, quando finalmente territórios simbólicos de saber-sentido de territórios e seus Povos e Comunidades Tradicionais (Povos Indígenas, Comunidades Quilombolas, Povo Tradicional Pomerano, Movimentos Populares: Movimento dos Pequenos Agricultores, Movimentos dos Trabalhadores Sem-Terra etc.) transitam de um distante sistema cultural próprio, a configurações culturais de conhecimentos e de práticas colocadas em posições diferentes-equivalentes diante dos de qualquer ciência culta [...]