"O setor saúde defrontou-se com um novo paradigma quando estudos científicos das últimas décadas do século XX estabeleceram relações causais das doenças não transmissíveis com os novos padrões de comportamento sociais e individuais determinados pela industrialização. Estilos de vida modernos passariam a incluir o uso de alimentos industrializados- com altos teores de gordura e sal -, o sedentarismo potencializado pela urbanização, com redução da atividade física, além do uso de drogas como o tabaco. A isto se agregue a globalização, que potencializou e disseminou de forma agressiva estes estilos de vida através de não menos atuais técnicas de marketing, formuladas para aumentar vendas e lucros das empresas. (...) O tabagismo é um exemplo concreto da necessidade do envolvimento multissetorial no controle de fatores de risco onde esta mudança de paradigmas se fez sentir. Quando os primeiros passos do Programa Nacional de Controle do Tabagismo foram dados, era difícil convencer um diretor de hospital ou um secretário de saúde da necessidade de ouvir advogados, educadores, e economistas para definir políticas de redução de consumo. (...) Um verdadeiro marco na saúde pública brasileira, este livro abre um caminho sem volta de sensibilização do Legislativo, para a discussão sobre os mitos e as verdades nos direitos e deveres de ambos, indústria e Estado, e principalmente gera um pensar mais abrangente do tema tabagismo no Brasil." Vera Luiza da Costa e Silva