A despeito de M. Horkheimer e T. W. Adorno afirmarem, inequivocamente, que a liberdade é inseparável do pensamento esclarecido, eles tinham também clareza de que as formas históricas que a ciência e a tecnologia tomaram colocavam-nos diante de um novo impasse: aquilo que liberta também aprisiona. No conceito de indústria cultural se encontra in nuce a aporia com a qual esses pensadores estavam lidando, pois, quando a cultura se organiza sob uma forma industrial seu potencial libertador fica tutelado, e a formação se converte em semiformação. Tendo como referência problematizar esse conjunto de questões o ´VIII Congresso Internacional de Teoria Crítica: Desafios na Era Digital´, realizado na primavera de 2012 na Faculdade de Ciências e Letras da Unesp-Araraquara, SP, debateu os desafios lançados pela era digital ao legado da chamada Escola de Frankfurt. O conjunto de contribuições encerrado pelos textos aqui apresentados abarca questões da maior importância para o desenvolvimento de conhecimentos orientados pela tradição inaugurada pelos teóricos da Teoria Crítica da Sociedade nas atuais condições sociais, objetivas e subjetivas, mediadas pelos aparatos tecnológicos contemporâneos.Há experiências intelectuais fundamentais em debate neste livro; nosso desejo é o de que elas prossigam de modo efetivamente profícuo.