O cuidado tomou a dianteira em qualquer processo educativo que busca ver os alunos além de suas potencialidades intelectuais. A busca por uma educação baseada no cuidado, no afeto e na empatia tem algo mais profundo, mais sutil e está sedimentada na vontade de aproveitar aquilo que todo ser humano tem de melhor - seu potencial criativo, dinâmico, amável e delicado. A delicadeza aqui tem de ser entendida como uma capacidade extraordinária de ouvir, de perceber nos detalhes, nos gestos e no trato diário, por onde potencializar o que de mais bonito há nos alunos - a capacidade de amar, de buscar novos desafios e, portanto, de aprender a partir do coletivo e da solidariedade. A Pedagogia da delicadeza é uma possibilidade de resgatar aquilo que a escola deixou para trás e, por falta de perceber a beleza da criança, acabou por substituir a importância da relação afetiva por domínio cego e inócuo dos conteúdos, regras, conceitos e outros saberes economicamente determinados, porém humanamente pouco importantes. Com a Pedagogia da delicadeza, alunos, professores, pais, mães, diretores e diretoras poderão se perceber como sujeitos ativos da relação do aprender, do relacionar e, sobretudo, do amar.