No limiar do terceiro milênio, duas parábolas continuam indispensáveis para compreender os vínculos humanos: a da Aliança, relatada no livro dos Gênesis, e a do Contrato, difundida desde de o Leviatã de Hobbes. Cada uma delas parece dar sentido a uma forma de ser pessoa no mundo moderno, a forma religiosa e a forma política, passando a ética a ser um sucedâneo tanto de uma como de outra em tempos de crise. Não obstante, política, ética e religião continuam a ser três dimensões específicas do ser humano que só podem se desenvolver adequadamente com a transmissão de geração a geração dos relatos do pacto social e da aliança. Em diálogo com as correntes mais relevantes do momento, este livro propõe uma articulação de política, ética e religião adequada ao nosso tempo, a partir do contrato entre seres autônomos e a partir do reconhecimento recíproco dos que são carne da mesma carne e sangue do mesmo sangue.